Documento Mês – Fundo Bibliográfico
Do reconhecimento da soberania do Brasil à descoberta solitária de Hércule Florence.
Sabia que Hercule Florence (1804-1879) é considerado um dos pioneiros da fotografia, embora o seu trabalho tenha permanecido desconhecido durante quase 150 anos?
A 29 de agosto de 1825, Portugal reconheceu oficialmente a soberania do Brasil através do Tratado de Paz e Aliança, um passo importante para o desenvolvimento cultural e científico do país. Hercule Florence, um inventor e desenhador francês que chegou ao Brasil em 1824, destacou-se ao participar na Expedição Langsdorff, que explorou o interior do Brasil entre 1825 e 1829. Hercule Florence desenvolveu na década de 1830 uma técnica de impressão direta com luz solar para superar as falhas na vedação da sua câmara escura. Utilizava cloreto ou nitrato de prata e cloreto de ouro para sensibilizar o papel, que era exposto ao sol durante 15 minutos com negativos de vidro pintados de preto. Devido ao isolamento e aos recursos limitados, Florence não conseguiu divulgar a sua invenção. Entre 1972 e 1976, o fotógrafo e historiador Boris Kossoy (1941) validou o método de Florence, e em 1976, testes no Rochester Institute of Technology, nos Estados Unidos, confirmaram que as imagens eram produzidas apenas com exposição prolongada à luz, sem necessidade de revelação.
From the recognition of Brazil’s sovereignty to Hercule Florence’s solitary discovery.
Did you know that Hercule Florence (1804–1879) is considered one of the pioneers of photography, although his work remained unknown for almost 150 years?
On 29 August 1825, Portugal officially recognised Brazil’s sovereignty through the Treaty of Peace and Alliance, marking an important step in the country’s cultural and scientific development. Hercule Florence, a French inventor and draftsman who arrived in Brazil in 1824, stood out as a participant in the Langsdorff Expedition, which explored the Brazilian interior between 1825 and 1829.
In the 1830s, Hercule Florence developed a direct printing technique using sunlight to overcome the flaws in the sealing of his camera obscura. He used silver chloride or nitrate and gold chloride to sensitise the paper, which was exposed to sunlight for 15 minutes with glass negatives painted black. Due to his isolation and limited resources, Florence was unable to publicise his invention. Between 1972 and 1976, photographer and historian Boris Kossoy (1941) validated Florence’s method, and in 1976, tests at the Rochester Institute of Technology in the United States confirmed that the images were produced solely through prolonged exposure to light, without the need for chemical development.